Em tempos em que a história avança de forma cada vez mais rápida, o cinema tenta acompanhá-la com a mesma velocidade. Assim, é cada vez mais comum encontrar em Hollywood filmes sobre fatos que acabaram de acontecer.
Alguns números sobre o Facebook ajudam a dar a dimensão da importância dessa rede social atualmente para o mundo. Se fosse um país, o site seria o terceiro mais populoso do mundo, com mais de 500 milhões de usuários. Esses internautas passam cerca de 700 bilhões de minutos por mês interagindo em mais de 900 milhões de páginas, grupos e comunidades.
Tamanha façanha começou a partir da mente de um jovem americano chamado Mark Zuckerberg, que aos 26 anos já acumula uma fortuna estimada em US$ 6,9 bilhões, superior à de Steve Jobs, da Apple. A história de como o Facebook foi idealizado esteou na última sexta-feira (3) nos cinemas brasileiros, no filme “A Rede Social”.
Na trama, Zuckerberg é interpretado por Jesse Eisenberg, ele mesmo uma das novas revelações de Hollywood. A história remonta a 2004, quando o protagonista começa a se aventurar pelo mundo das redes sociais de Harvard após levar um fora da namorada.
Ajudado pelo amigo brasileiro Eduardo (Andrew Garfield, o novo Homem-Aranha), Zuckerberg começa a traçar as linhas do que virá a se tornar o Facebook. O diretor David Fincher (“O Curioso Caso de Benjamin Button”) mostra o estudante de computação como um jovem arrogante e invejoso, que basicamente só inventa a rede social para se vingar da ex e dos clubes exclusivos de sua universidade, que não o aceitavam como membro.
No caminho de Zuckerberg ainda aparece Sean Parker (Justin Timberlake), o jovem que no início dos anos 2000 desestruturou as gravadoras com a criação do Napster. Também retratado de modo nada simpático, Parker parece um aspirante a celebridade convencido, paranóico e megalomaníaco. Conforme o Facebook cresce, Zuckerberg logo se vê envolvido em vários processos sobre a genuinidade de sua ideia.
Se tudo que é contado no longa aconteceu de verdade é difícil saber. A produção se baseou no livro “Bilionários por Acaso – a Criação do Facebook”, de Ben Mezrich, que retrata Zuckerberg como um jovem prodígio, mas de caráter duvidoso. O dono do Facebook já declarou que o filme “não passa de pura ficção”, enquanto o roteirista Aaron Sorkin admitiu que se importa mais em se manter fiel a uma boa narrativa do que à coerência dos acontecimentos.
Polêmicas à parte, o fato é que o longa de David Fincher (“O Curioso Caso de Benjamin Button”) é um bom filme. Não brilhante, como muitos têm anunciado (e já o colocado na lista de 'Oscarizáveis'), mas acima da média.
Para quem não é tão adepto das redes sociais, é difícil não sair com a sensação de defasagem ao assistir ao longa. O que também significa que a produção consegue alcançar seu objetivo, ao retratar uma geração que avança tão rapidamente quanto a tecnologia que tenta acompanhar. Ou vice-versa.
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