Em vez de procurarem uma sapataria, os consumidores começaram a comprar labels. Em função do design, de propostas, das marcas em si. Hoje, o sector do calçado está em verdadeiro contraciclo e são várias as empresas que afirmam o seu branding Lembra-se de que marca eram os sapatos que calçava há 10 anos? A resposta mais provável será… não! Há uma década eram, de facto, poucas as empresas que investiam no branding, além de que, em Portugal, onde o sector tem tradição histórica, sobretudo a norte do País, os produtos - desde cedo destinados maioritariamente à exportação - eram muitas vezes fabricados para outras marcas, algumas delas até reconhecidas a nível mundial. Hoje, o sector de calçado não só é dos que tem apresentado melhores resultados nos índices de exportação, como também o que se destaca em termos de inovação de produtos, marketing e das próprias marcas! É já alargado o leque de empresas portuguesas que estão a conseguir adaptar-se a um novo modelo de negócio, fazendo migrar a sua produção para segmentos de mercado exigentes, oferecendo propostas de maior valor acrescentado e diferenciadoras e sobrevivendo, pela positiva, à pressão dos mercados asiáticos. Uma via que, de resto, tem permitido alavancar o sector em Portugal e equilibrar a própria balança das exportações. Segundo dados do Gabinete de Estudos da APICCAPS (Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos), as exportações das empresas de calçado totalmente portuguesas aumentaram 22% entre 2000 e 2008, para um total de 1.131 milhões de euros. Um sector que exporta actualmente mais de 95% do que produz para mais de 130 mercados nos cinco continentes. A moeda de afirmação? O design e a originalidade dos produtos, mas também a sua qualidade e conforto. E, claro, uma forte componente de branding.
Marketeer
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