Presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia critica «afirmações não fundamentadas» e garante que o país é atractivo até para os investigadores que vêm de fora
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O presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), João Sentieiro, revelou esta sexta-feira que não há «fuga de cérebros» para fora de Portugal. O responsável referiu que Portugal é além disso «um país atractivo para investigadores estrangeiros».
O professor, que falava durante o «1º Encontro da comunidade científica» do Instituto Politécnico de Leiria, salientou que o fenómeno «brain drain» não se passa em Portugal. Isto porque o número de jovens que saem para estudar e não regressa é «uma percentagem muito pequena».
À margem do evento, João Sentieiro explicou à agência Lusa que o Gabinete de Planeamento Estratégico do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) realizou um estudo que incidiu sobre os estudantes que se doutoraram em Portugal ou no estrangeiro, nos últimos 15 anos.
«Verificou-se que a esmagadora maioria regressava a Portugal e a percentagem dos que ficaram no estrangeiro é compensada de uma forma positiva pelo número de estrangeiros que vieram para Portugal trabalhar», acrescentou.
Da experiência na fundação, João Sentieiro sublinhou que Portugal passou a ser «um país atractivo para investigadores estrangeiros». Para o professor, a ideia da fuga de cérebros prende-se com «a ignorância que campeia em Portugal».
O presidente da FCT criticou as pessoas que «fazem afirmações não fundamentadas» e lamentou que «os mass media dêem grande projecção a isso porque são más notícias».
João Sentieiro defendeu ainda a aposta na investigação como forma de combater a crise. «Num país como Portugal, que não tem ouro, diamantes ou petróleo, os principais recursos são os humanos». Por isso, «quanto mais qualificados e capacidade tiverem de inovar, mais a nossa economia poderá ser competitiva em termos internacionais».
Para Sentieiro, é «nos períodos de crise que devia ainda ser mais prioritário investir na educação, na qualificação das pessoas e na investigação», porque é «daí que vai resultar o reforço do país para enfrentar o que vem a seguir».
O presidente da FCT aplaudiu a «excelente opção» do Governo em não cortar na investigação neste momento. «As pessoas que mais investiram em I&D [Inovação e Desenvolvimento] são aquelas que mais exportam e as empresas portuguesas só vingam se conseguirem oferecer no mercado coisas que sejam diferentes de todas as outras», defendeu.
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